sábado, 27 de agosto de 2011

Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

Teorias que explicam a Origem do Turnover - Parte 1


Por Flávio Fausto

Para Herzberg a insatisfação para trabalhar provém do ambiente externo e a motivação é resultado das tarefas exercidas no cargo. Ele fundamenta sua teoria em dois fatores: higiênicos e motivacionais.

1. Fatores Higiênicos:

• Relacionados ao ambiente externo, às condições que envolvem o indivíduo no trabalho, como: salário, benefícios, políticas da empresa, estilo de supervisão recebida, tipo de relação com os colegas, clima organizacional, oportunidades existentes, segurança na função, local de trabalho, conforto, etc.

• As organizações, tradicionalmente, utilizam esses fatores para buscar a motivação dos seus colaboradores. Contudo, para Herzberg, os fatores higiênicos são muito limitados, responsáveis por simplesmente evitar a insatisfação, mas não são capazes de influenciar duradouramente o comportamento dos funcionários e de elevar por muito tempo a satisfação deles. Por isso, são chamados de higiênicos, pelo seu caráter preventivo e para demonstrar que não são motivadores.

2. Fatores Motivacionais:

• Ligados às tarefas, aos compromissos e responsabilidades do conteúdo da função exercida pelo empregado. Esses fatores motivacionais são: liberdade para decidir e executar o trabalho, delegação de responsabilidade, utilização plena das competências pessoais, estabelecimento e acompanhamento de objetivos, simplificação das tarefas por ele mesmo, ampliação e enriquecimento pessoal do cargo, etc.

• Os fatores motivacionais tem capacidade de gerar e manter duradouramente a satisfação dos funcionários, elevar a produtividade e a excelência do trabalho.

• São considerados motivacionais por proporcionarem ao colaborador o sentimento de realização, identidade, significado, desafio, reconhecimento e orgulho. Isso é observável através do modo como o trabalho é realizado e a falta destes fatores gera a ausência de satisfação e motivação.

Ou seja, as organizações precisam atentar para a qualidade do ambiente externo e ao conteúdo do cargo, pois caso contrário, os funcionários ficarão insatisfeitos, desmotivados e isso poderá causar a saída deles da empresa.

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Fontes:

Chiavenato, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8 ed. 4. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

sábado, 20 de agosto de 2011

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

Como Evitar a Rotatividade de Funcionários - Parte 7
Por Flávio Fausto

Nos dias atuais, os funcionários tem exigido Qualidade de Vida onde trabalham e proporcionando-a as empresas os manterão por um período maior. Segundo Idalberto Chiavenato, as consequências da falta dela são:

“Se a qualidade (QVT) for pobre, conduzirá à alienação do empregado e à insatisfação, à má vontade, ao declínio da produtividade, a comportamentos contraproducentes (como absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem, militância sindical, etc). Se a qualidade for boa, conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo, no qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e a elevar suas oportunidades de êxito psicológico e a administração tenderá a reduzir mecanismos de controle social”.

A QVT também está ligada aos itens que foram citados nas postagens anteriores (Remuneração, Tarefas do Cargo, Possibilidades de Carreira, Tipo de Supervisão, Clima Organizacional, etc), mas há outros 5 Fatores que são Fundamentais:

1 - Horário de Trabalho: os que trabalham em turnos rotativos (sem dia ou horário fixo) e em dias ou jornadas excepcionais (domingo, feriados, de madrugada, etc) estarão propensos a procurar outro trabalho por dificultar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

2 - Segurança: se o empregado sente-se inseguro por temer um desligamento repentino e imprevisível, então isso interferirá no seu bem-estar mental.

3 - Condições de Trabalho: são os recursos físicos (equipamentos, ergonomia, materiais, ambiente, instalações, etc), as condições psicológicas (estresse, respeito, relações interpessoais e outras) concedidas pela organização e que a cada dia são mais importantes para a manutenção da motivação dos funcionários.

4 - Centralização: falta de autonomia e envolvimento nas questões organizacionais gera insatisfação, descompromisso e pouco tempo de permanência dos colaboradores na empresa.

5 - Comunicação: a falta de informação sobre a própria empresa e as tarefas que realiza, dificulta um relacionamento de qualidade e transparente com os empregados.

As organizações que atentarem-se para os fatores citados verão seus índices de rotatividade de pessoal reduzirem, como demonstra a Caterpillar, considerada pela Revista Você/SA / Exame no ano de 2010 a terceira melhor empresa para se trabalhar:

O próprio presidente da Caterpillar, Luís Carlos Calil, começou há mais de 40 anos como office-boy, estimulado por seu pai, empregado na época. “Quem entra aqui não sai mais”, diz um funcionário. Prova disso é o tempo médio de casa, que é de 9,5 anos. Se for descontado o grande número de contratações feitas em 2007 e 2008, a média passa a 18 anos.

Uma das causas do grande poder de retenção da empresa é o clima interno. Como boa parte dos gestores foi formada dentro de casa, o relacionamento entre chefe e subordinado é bem próximo. Isso ocorre em todos os níveis hierárquicos, mesmo no operacional.
 
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Fontes:

Chiavenato, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8 ed. 4. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

Silva, Glenio Luiz da Rosa e. Controle do turnover: como prevenir e demitir com responsabilidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

REVISTA VOCÊ S/A / EXAME. AS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR; EDITORA ABRIL, 2010. Mensal. Edição Especial de Setembro/2010.

sábado, 13 de agosto de 2011

Política de Remuneração Adequada

Como Evitar a Rotatividade de Funcionários - Parte 6


Por Flávio Fausto

A recompensa concedida aos funcionários pelo trabalho realizado na organização é a remuneração: salário, benefícios, bolsa de estudos, gratificações, bônus, décimo terceiro salário, participação nos resultados e outros.

Idalberto Chiavenato, afirma: “Ela é importante do ponto de vista de cada pessoa, como uma necessidade vital. Pagamento é o meio pelo qual uma pessoa proporciona satisfação de suas necessidades e das de sua família”.

Por isso, se a remuneração não for muito bem administrada pela direção da organização poderá causar a saída dos seus empregados. E para definir uma recompensa adequada, a empresa precisa levar em consideração 4 pontos importantíssimos:

1 - A qualidade da remuneração concedida de acordo a situação do mercado de trabalho: se a oferta de emprego é grande e a procura é pequena, há necessidade de garantir uma recompensa melhor, todavia se a procura por emprego é alta e  a oferta é baixa, então as organizações poderão definir uma remuneração menos dispendiosa.

2 - A competitividade da remuneração: caso o colaborador note que há empresas oferecendo uma recompensa equiparada num trabalho mais satisfatório ou pagando mais por emprego equivalente é provável que deixem a organização.

3 - A equidade ou justiça na remuneração dos cargos internos: o funcionário que percebe que há injustiça no valor de sua remuneração (Ex.: colaborador recebe um salário pequeno e realiza uma tarefa complexa, enquanto outro que desempenha tarefa mais simples recebe uma remuneração melhor) estará propenso a trocar de empregadora.

4 - O merecimento do funcionário que recebe melhorias na remuneração: há empresas que optam por aumentar igualmente a remuneração de todos os colaboradores, o que pode causar a perda de bons funcionários por não notarem diferenciação do seu salário para aqueles que não apresentam o mesmo desempenho.

A remuneração é um fator crucial para que as organizações mantenham seus funcionários motivados e evitem a rotatividade de pessoal, por isso os Executivos de RH necessitam fazer análises constantes da recompensa oferecida e dos seus impactos na empresa, como explica Chiavenato:

“Um dos problemas com que o executivo de RH se defronta em uma economia competitiva é saber até quanto vale a pena, por exemplo, perder recursos humanos e manter uma política salarial relativamente conservadora e “econômica”. Muitas vezes, na manutenção de uma política salarial restritiva, o fluxo incessante de recursos humanos por meio de uma rotatividade de pessoal elevada, pode sair mais caro. Trata-se, então, de avaliar a alternativa mais econômica. Saber até que nível de rotatividade de pessoal uma organização pode suportar, sem maiores danos, é um problema que cada organização deve avaliar segundo seus próprios cálculos e bases de interesses”.

Uma companhia que serve de Benchmarking de Remuneração é a Volvo, considerada pela Revista Você/SA / Exame no ano de 2010 a segunda melhor empresa para se trabalhar:

Os funcionários da Volvo já estão acostumados com a expressão de espanto quando contam aos parentes, amigos e vizinhos tudo o que a empresa oferece. “Quase sempre terminam perguntando o que é preciso fazer para mandar o currículo”, brinca um deles. E não é exagero, já que o conjunto da obra é mesmo acima da média.

No pacote de benefícios, destacam-se os relacionados à saúde. O plano cobre 80% do valor das consultas, 90% do valor dos exames e 100% das internações, enquanto o atendimento odontológico cobre 80% das consultas e tratamentos, incluindo aparelhos ortodônticos, próteses e implantes. Há ainda reembolso de 70% na compra de medicamentos, o mesmo percentual para óculos e lentes de contato, cobertura para cirurgia de miopia e atendimento emergencial em domicílio. Tudo isso não apenas para o funcionário, mas também para os dependentes, o que resulta em aproximadamente 7.500 pessoas beneficiadas.

Mas a Volvo não deixa a desejar no que diz respeito a dinheiro no bolso. No ano passado (refere-se à 2009), mesmo em um período delicado para a economia em geral, a subsidiária brasileira distribuiu 21,3 milhões de reais como participação nos resultados, pagando quase dois salários adicionais por empregado, em média. O valor total distribuído ao longo dos últimos quatro anos é de 72,7 milhões de reais. Outro benefício muito valorizado é a associação de funcionários, localizada a apenas 500 metros da fábrica, com 80% dos custos mantidos pela companhia e os demais 20% pelos associados. Na área de 134.000 metros quadrados há campos de futebol para todos os gostos – de grama, de salão, suíço e da areia -, academia com orientação de profissionais especializados, um amplo ginásio de esportes, quadras de vôlei, basquete e tênis, salão de festa, churrasqueiras e uma grande área verde, com lagos e trilhas.

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Fontes:

Chiavenato, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8 ed. 4. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

Silva, Glenio Luiz da Rosa e. Controle do turnover: como prevenir e demitir com responsabilidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

REVISTA VOCÊ S/A / EXAME. AS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR; EDITORA ABRIL, 2010. Mensal. Edição Especial de Setembro/2010.

sábado, 6 de agosto de 2011

Conteúdo do Cargo

Como Evitar a Rotatividade de Funcionários - Parte 5


Por Flávio Fausto

A permanência na organização está relacionada ao valor atribuído pelo funcionário às tarefas que desempenha no cargo: se as valoriza, se sente orgulho, caso veja nelas identidade, significado e relevância então estará motivado a ficar na empresa.

Ao desempenhar tarefas desvalorizadas, com rotinização ou com metas pouco claras, ficará insatisfeito, entediado, frustrado e estimulado a abandonar a organização.

Enfim, ao fazer o que valoriza, o colaborador se identifica com a organização, como demonstram os funcionários da Sama, que foi considerada pela Revista Você/SA / Exame no ano de 2010, a quinta melhor empresa para se trabalhar:

Os números da pesquisa mostram isso. A nota que os funcionários dão para o quesito Identidade foi de 96,7, um dos mais altos do Guia. “Tenho orgulho da empresa. Nossos pais se aposentam aqui e nossos filhos são formados aqui”, diz um dos trabalhadores de nível operacional. “Se Deus quiser, meu filho vai trabalhar aqui também”, afirma um gerente. E de fato há famílias em que três gerações estão passando por lá. Frases como essas são muito comuns na Sama, além de histórias de filhos que crescem na companhia, saem da cidade para estudar e voltam porque sempre sonharam em trabalhar lá.

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Fontes:

Silva, Glenio Luiz da Rosa e. Controle do turnover: como prevenir e demitir com responsabilidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

REVISTA VOCÊ S/A / EXAME. AS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR; EDITORA ABRIL, 2010. Mensal. Edição Especial de Setembro/2010.